O pensamento é tempo. Ele nasce da experiência e
conhecimento, que são inseparáveis do tempo e do passado. O tempo é o inimigo
psicológico do homem. Nossa ação é baseada no conhecimento e, portanto, o
tempo, assim o homem é sempre um escravo do passado. O pensamento é sempre
limitado e assim nós vivemos em constante conflito e luta.
O importante é o ser e não o vir a ser; um não é
o oposto do outro, havendo o oposto ou a oposição, cessa o ser. Ao findar o
esforço para vir-a-ser, surge a plenitude do ser, que não é estático; não se
trata de aceitação; o vir-a-ser depende do tempo e do espaço. O esforço deve
cessar; disso nasce o ser que transcende os limites da moral e da virtude
social, e abala os alicerces da sociedade. Esta maneira de ser é a própria
vida, não mero padrão social. Lá, onde existe vida, não existe perfeição; a
perfeição é uma idéia, uma palavra; o próprio ato de viver e existir transcende
toda forma de pensamento e surge do aniquilamento da palavra, do modelo, do
padrão.
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